segunda-feira, 21 de julho de 2014

SONETO DE SEPARAÇÃO


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Vinicius de Moraes

sábado, 12 de julho de 2014



Versos Simples
Chimarruts


Sabe, já faz tempo
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito

Saudade, já não sei se é
A palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito

Não te trago ouro
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza deste mundo

Não te trago flores
Porque elas secam e caem ao chão

Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Trechos de uma história de amor...




(...) Ás vezes me pergunto qual foi o propósito de tudo isso. Por que eu, a menina que acreditava no príncipe encantado, tornou-se uma mulher desacreditada, teórica, boba, que tem medo, uma mulher triste quando fica só, que carrega a solidão como parte de si mesma e toda noite chora de/por amor.

“Dias são dias, e noites
São noites e não dormi...
Os dias a não te ver
As noites pensando em ti”.

Fernando Pessoa – “Das quadras ao gosto popular”

Os poemas são na verdade, uma tentativa de dividir minhas leituras e sentimentos (que não consigo muitas vezes admitir, escrever ou falar) com você.

“Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras;
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.”

Fernando Pessoas – 1934 

(...)

Por Denise Caxias

Silêncio?


Silêncio? Por que silêncio?
Silêncio não resolve nada, na verdade só piora a situação, seja ela qual for...
Se eu te fiz alguma coisa, é só dizer, é só brigar, é só gritar.... Mas fala... Silêncio pra que?
Não sou adivinha, não sou vidente, nem tão pouco imagino o que seja. Mas seja o que for, fale. Silêncio pra quem?
As vezes, eu nem fiz nada, e você como sempre imagina que eu fiz tudo. A realidade é que eu quero que você fale... Comigo. Silêncio por que?
A resposta que você talvez precise, só terás se me dizer o por que do silêncio. Silêncio pra que?
As dúvidas só me deixam pior... As incertezas me deixam louca... Fico com loucuras na razão e racional o coração, isso não faz bem. Mas silêncio?  Silêncio pra quem?
Esse amor não vai acabar calado, ele grita o tempo todo, se eu não ouvir a sua voz, eu, não vou ficar em silêncio... Silêncio não faz parte de mim. Silêncio pra mim?  Não.
O que você quer de mim?  Que eu peça desculpas? Como fazer isso, se eu não sei o por quê? Ficar em silêncio pra que?
   "Há algo de ameaçador num silêncio muito prolongado" - Sófocles
Silêncio?  Silêncio! Silêncio...
Não quero o teu silêncio...

10.07.2014 - 11h34

Por Denise Caxias

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Samba de um minuto - Roberta Sá


"Escute o que vou lhe dizer

Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não."


#RobertaSá
#dor
#amor

domingo, 6 de julho de 2014

Poesia 2 – Encontro de almas, será?


O maior encontro de almas é o que acontece na primeira troca de olhares, dois seres se reconhecendo...
Duas pessoas se cruzam e percebem que uma nasceu pra encontrar a outra...
Um olhar, seguido de um “abaixar” a cabeça e sorrir... A mulher, com suas mãos passa o cabelo pela orelha... O homem balança a cabeça de um lado pro outro (deve estar pensando, não pode ser...)...
E os dois voltam a se olhar...
Com o coração acelerado todo o tempo...
Foi quase assim, entre você e eu, há tempos e você nem deve lembrar...
Mas eu lembro cada detalhe, jamais esquecerei aquele olhar...
Eu estava sentada e você ao chão, numa brincadeira sua, perdi meu chão...
Hoje, apesar da complexidade de todos os desencontros, me pergunto por que tudo isso?
Todas as palavras ditas e não ditas...
Todos os gritos, alguns respondidos, outros, ignorados... Mas nunca deixados de ser ouvidos...
Segundo, Edgar Morin: “Como considerar o complexo de amor? A categoria do sagrado, do religioso, do mítico e do mistério penetrou no amor individual e enraizou-se de modo extremamente profundo. Há uma razão fria, racionalista, crítica, nascida no século das luzes, que coloca o ceticismo diante de qualquer religião. De fato, a razão fria tende não somente a dissolver o amor, mas também a considera-lo como ilusão e loucura. Em contrapartida, na concepção romântica o amor transformou-se na verdade do ser. Será que existe uma razão amorosa, do mesmo modo que há uma razão dialética, que ultrapassa os limites da razão congelada?”, será que essa razão fria tem perpassado os nossos diálogos? Será que é um encontro de almas? Ou apenas um desencontro? Um erro? Mas e a minha verdade? A concepção que eu tenho disso tudo pode ser diferente da sua, mas o que você pensa não limita o que eu sinto, mas o que eu acredito expande aquilo que você diz não sentir, ou melhor, você nunca diz...
Dizer que foi apenas... Pra mim não foi, apenas... Pra mim, você é bem mais que “apenas” alguma coisa que aconteceu, e acontece...
Pra mim não é só, ilusão e loucura... Tudo é ilusão nessa vida, nem mesmo temos certeza que o que vemos de fato é o que pensamos ver... O que tocamos é tocável?... Tudo é loucura... Teorizamos o mundo porque não damos conta de aceitar que não temos poder para explicar tudo e compreende-lo.... Mas eu não quero teorizar isso que eu sinto, eu quero viver isso... Eu quero viajar nisso...
Ah, você tem um sorriso tão lindo, mente tão bem, rsrs. Você pra mim é muito mais...
Eu quero que viaje comigo, viaje nessa loucura... Pode ser pedir demais depois de tantas conversas... Mas ainda insisto não sei por quê, só sinto você ainda... Mesmo que eu sinta menos, ainda sinto...
Ainda te sinto...


 
Praia dos Carneiros - PE
Arquivo Pessoal

Tatuagem

TATUAGEM
Compositor: Chico Buarque
Interpretação: Elis Regina


Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem

E também pra me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava

Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo te alucina
Salta e se ilumina
Quando a noite vem

E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, farta
Murcha, morta de cansaço

Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem

Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
Ferro e fogo
Em carne viva

Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam
O corpo todo
Mas não sentes

https://www.youtube.com/watch?v=cvae8gdWNTM

sábado, 5 de julho de 2014

Poesia 1 - Na solidão da decisão contrária


A dor já sufoca minh ‘alma,
Meu coração não respira mais,
Tento não submergir nas lágrimas,
Mas falecer de amor parece ser meu fim.
Meus olhos precisam ver os seus.
A súbita resposta de uma pergunta que eu não fiz,
A sua necessidade será meu fim.
Não me pergunto o que houve,
Me pergunto por que não previ.
Apreciações agora me parecem estupidas,
Diante da aflição que eleva minha alma.
Não sei qual será meu destino,
Tenho asco de prever...
Medo de deixar de não ter você.
Sua voz, seu olhar...
Sua arte de ser e lhe dar...
Seu andejar...

Preciso de você no meu caminhar.

19 de abril de 2014

O que é a dor do coração com medo?



Eu gosto muito de pensar e escrever sobre o amor... Mas o que é o amor quando começamos a racionalizá-lo? O que é amar quando se está louco de ciúmes? O que são as lágrimas de vontade de  olhar, de falar, de tocar, de sentir, de ouvir, de ser tocado....?
O amor deixa de ser amor, o amar passar a ser possessão, e as lágrimas... As lágrimas se tornam apenas lágrimas....
Um coração apertado, uma dor tão grande, tão cruel... uma mulher tão decidida, mas tão insegura... uma necessidade de controle, uma necessidade de estar junto, perto, colado... uma necessidade desnecessária... mas como lidar com isso? Como não sentir isso tudo? Se eu te amo tanto, te desejo tanto, te quero tanto? Você é tudo pra mim, mesmo sendo nada... Nada, mais...
Você é a razão do meu sorrir, mas também do meu chorar.
Você é o que me faz feliz, e que me faz sofrer.
Muitos diriam que isso é falta de amor próprio e eu digo que isso é amar de verdade...
Um amor transbordante... um amor descarado, um amor sem vergonha, uma amor bandido, uma paixão proibida, um amar indispensável..
Você é isso tudo, tudo pra mim é você...
A mais cruel relação que já tive, porque se quer eu posso chamar isso que restou de nós de relação. Só posso dizer que você  ainda me tira o fôlego, assim me dá tesão, ainda desejo sua boca, mas desejo também o seu coração.
Um sentimento forte, dolorido, apertado, expansivo, louco, "desvirtuoso?", complicado....
Aqui estou, morrendo de raiva e morrendo de amor...
Desejando seu suspiro, desejando aquele seu olhar bandido, olhar proibido, de desejo, de vontade...
Desejando ser chamada.... Desejando ser amada mais uma vez...
O teu olhar, ah o teu olhar... que saudades de te olhar, do teu olhar...
O teu sorriso, ah que saudades desse sorriso... Sorriso perfeito, lindo, sorriso de mar...
Ah que saudades dessa sua voz... A sua voz pra mim é perfeita, incrível... é som de ondas aos meus ouvidos... É som de anjo cantando pra mim...
Sua forma de ser e lidar comigo, que mesmo quando a gente briga e eu fico puta, continua a me dar ouvidos...
Essa loucura que invade meu ser, que invade minha mente, meus desejos, meus sonhos, minhas loucuras....
Você é o meu amor, é você sempre... você sempre me deixa louca...
Não posso deixar você...
Agora já era, não consigo, não posso e não quero mais te esquecer...
Agora eu preciso de você... de novo!!!

Denise David Caxias
05/07/2014 - 23h56

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